Coordenador do Cacon de Ijuí explica suspensão de quimioterapias por falta de medicamentos
O Centro de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon) do Hospital de Caridade de Ijuí está passando por dificuldades na realização de quimioterapias considerando o atraso nos repasses financeiros por parte do Governo do Estado.
A reportagem do Grupo Fronteira Missões entrou em contato com o coordenador do Centro, doutor Fábio Franke, e ele explicou que as dificuldades e a suspensão de alguns atendimentos das quimioterapias são em decorrência de um atraso nos repasses financeiros por parte do Governo do Estado. Ele informou que fazem três meses que o Cacon não recebe os recursos para aquisição dos medicamentos, o que equivale a cerca de 12 milhões de reais, portanto, mesmo com esses atrasos, o hospital vinha custeando os medicamentos para realização das quimioterapias, mas como o custo é alto, o hospital não tem condições de seguir arcando com recursos próprios.
Fábio enfatizou que estão buscando prestar o atendimento, porém alguns pacientes poderão não receber atendimento no dia correto e pede que os pacientes contatem o hospital antes de se deslocarem para realização do procedimento, ou seja, confirmem se poderão ser atendidos ou não para que não façam o deslocamento sem necessidade.
Fábio destacou também que o Cacon atende em torno de 80 municípios da região e com esse atraso de repasses, gera-se transtornos para o centro e pacientes, pois necessitam remarcar muitos atendimentos.
O doutor ainda evidenciou que inúmeros contatos políticos já foram realizados porém, não há previsão dos repasses serem regularizados.
Sobre a questão dos repasses, a Secretaria Estadual de Saúde, divulgou a seguinte nota: “Para suprir a demanda dos hospitais que suspenderam os atendimentos, a SES está em negociação com os municípios que continuam funcionando integralmente para que recebam parte desta demanda. A SES está buscando soluções específicas para as referências dos municípios que suspenderam os atendimentos. A Secretaria Estadual da Saúde repassou aos hospitais R$ 20 milhões como complemento do Teto MAC (Média e Alta Complexidade) como pagamento pela prestação de serviços e espera repassar mais R$ 90 milhões (referentes aos incentivos estaduais) até o fim do mês.
Os recursos federais têm sido repassados integralmente aos hospitais para pagamento da produção dos serviços”.
Por Jéssica Ourique
Fonte: Grupo Fronteira Missões